Um panorama literário com marcas de ambiência insular açoriana, que lhe confere uma identidade própria dentro do universo literário português e onde, a par de grandes vultos da cultura portuguesa como Antero de Quental, Teófilo Braga, Vitorino Nemésio, ou Natália Correia, figuram muitos outros com menor projecção, mas não de mérito menor.
De entre os nomes com menor projecção, e seguindo uma ordem cronológica, destaca-se ainda no século XVI Gaspar Frutuoso, cuja obra “Saudades da Terra” constitui uma autentica memória do mundo insular.
No início do século XX merecem destaque, entre outros, os nomes de Alice Moderno, poetisa, republicana, feminista e activista dos direitos dos animais, e Roberto de Mesquita, o poeta de “Almas Cativas”, cuja poesia, profundamente marcada pela insularidade em especial pelas angústias do isolamento, é considerada por Jacinto do Prado Coelho como um dos mais altos expoentes do simbolismo português logo a seguir a Camilo Pessanha.
Posteriormente, temos a chamada geração da Horta, grupo de escritores ligados a órgãos de imprensa local aglutinadores de uma forte dinâmica cultural e literária. Deste grupo, que corresponde no continente à geração de Fialho de Almeida e TrindadeCoelho, destacam-se Florêncio Terra e Nunes da Rosa, cultores do conto rústico idilico de ambiência insular, onde estão presentes o campo,o mar, a religiosidade e a emigração.
Uma geração posterior inclui nomes como Côrtes-Rodrigues, que fez parte da geração d’Orpheu tendo também colaborado nos periódicos Águia, Presença e outros; Pedro da Silveira, poeta e militante anti-fascista profundamente comprometido com a afirmação do ser-se açoriano no mundo, e a quem alguém justamente chamou, “ o mais ocidental poeta europeu”; Dias de Melo, autor de uma das obras literárias açorianas da actualidade com maior projecção nacional. A sua triologia "Pedras Negras", "Mar Rubro" e “Mar Pela Proa” projecta-o para a posteriadade como, no dizer de outro escritor açoriano, Cristóvão de Aguiar, “um símbolo do homem do mar ... um escritor baleeiro que deu um retrato real da vida do baleeiro”. Mas Dias de Melo também escreveu sobre camponeses, pescadores, operários, e outras classes sociais açorianas; Manuel Ferreira, autor de contos de cariz regionalista, onde marcam presença costumes e tradições insulares do campo, da cidade e do mar. O seu conto "O Barco e o Sonho", foi adaptado a uma séria televisiva com o mesmo nome realizada para a RTP-Açores, pelo realizador José Medeiros.
Nos anos mais recentes tem surgido uma nova geração de escritores com novas formas de discurso, um novo olhar sobre a realidade açoriana e a condição de ser açoriano dentro e fora das ilhas. Uma escrita onde a temática da emigração, fenómeno de importância fundamental para o arquipélago, surge também numa nova perspectiva. A temática da guerra está também presente em muita da escrita desta geração, são exemplos “Braço Tatuado”, de Cristóvão de Aguiar , “Lugar de Massacre” de José Martins Garcia, “Memória de Ver Matar e Morrer” e “Autópsia de um Mar em Ruínas”, de João de Melo. Nesta nova geração integram-se, entre outros, os já referidos Cristóvão de Aguiar, o seu romance “Raiz Comovida – a Semente e a Seiva” apresenta um discurso narrativo e um encadeamento de casos que são uma memória viva de uma vivência açoriana fora-da-cidade, José Martins Garcia e João de Melo, distinguido com vários prémios e com obras traduzidas em línguas de diversos países, Emanuel Felix, por muitos considerado o maior poeta açoriano da sua geração, Onésimo Teotónio Almeida, escritor emigrado, cuja obra retrata a experiência emigrante açoriana nos EUA , Álamo Oliveira, e ainda mais recentemente Madalena San-Bento, autora do romance “Diário das Mulheres Toleradas” .
Sobre alguns escritores
Gaspar Frutuoso (Ponta Delgada, 1522 -Ribeira Grande, 1591).
Poeta e cronista, considerado o primeiro grande historiador das ilhas atlânticas. Autor de Saudades da Terra, seis livros de grande valor histórico e literário que constituem o mais importante repositório de história, vida, usos e costumes, fauna, flora e geografia dos arquipélagos atlânticos no inicio do século XVI.
Manuel Arriaga (Horta, 1840 - Lisboa, 1917).
Advogado, professor, escritor e politico. Figura de vulto do partido replublicano, foi o primeiro presidente constitucional após a implantação da república. Romântico em politica e nos gostos literários, a sua obra poética inclui um folheto com o poema Canto do Pico (1888), e os livros Cantos Sagrados (1889) e Irradiações (1901).
Biografia: http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=4630
Antero de Quental ( Ponta Delgada, 1842-1891).
Poeta e pensador brilhante, Antero de Quental é incontestavelmente um dos maiores nomes da cultura portuguesa. Figura destacada da chamada geração de 70 e das Conferências do Casino, Antero de Quental desenvolveu uma intensa actividade no campo da escrita, da política e da produção de ideias, empenhando-se na renovação da mentalidade portuguesa e na revolução social em defesa da classe trabalhadora. Foi autor de vários manifestos polémicos, entre os quais a carta “Bom Senso e Bom Gosto” dirigida ao poeta António Feliciano de Castilho em que critica da poesia ultra-romântica.
Vítima de uma doença do foro psiquiátrico, Antero passou os últimos anos da sua vida em grande amargura e sofrimento moral, que o levaram ao suicidio.
As suas obras vão da poesia à reflexão filosófica. Os seus sonetos, de intensa dimensão filosófica, são dos mais belos da língua portuguesa.
Da sua obra destaca-se: “Odes Modernas” ,” Sonetos Completos” e “Prosas”, entre outros.
Raios de extincta luz (E-Book)
Biography and sonnets English
Sobre as odes modernas
Teófilo Braga (Ponta Delgada, 1843 – Lisboa, 1924).
Professor, politico e escritor. Republicano militante de tendência socializante e anti-clerical,
após a implantação da República foi escolhido para presidir ao Governo Provisório. Foi uma das principais figuras da Geração de 70 e um dos mais prolíficos autores portugueses da segunda metade do século XIX e inícios do século XX. Da sua carreira literária contam-se obras de história literária, etnografia (com especial destaque para as suas recolhas de contos e canções tradicionais), poesia, ficção e filosofia, tendo sido o introdutor do positivismo em Portugal.
Viriato (Narrativa histórica; (E-Book)) http://www.gutenberg.org/files/26850/26850-h/26850-h.htm
Alice Moderno (Paris, 1867 - Ponta Delgada, 1946).
Escritora, poetisa e jornalista. Nasceu em Paris, mas com a idade de 12 anos mudou-se com a família para os Açores. Distinguiu-se como feminista e activista dos direitos dos animais, tendo fundado a Sociedade Micaelense Protectora dos Animais, pioneira na protecção dos animais nos Açores. Assumiu-se, muito nova, como mulher emancipada em ostensivo desafio aos costumes conservadores da época.
Na sua obra literária sobressai, pela extensão, a poesia: “Aspirações” (1886); “Trilos” (1888); “Os Mártires do Amor” (1894), “Asilo da Mendicidade “(1897); “No Adro” (1889), “Os Mártires” (1904); “Mater Dolorosa” (1909); “Versos da Mocidade” (1911).
http://www.rtp.pt/icmblogs/rtp/comunidades/?k=Alice-Moderno-Partiu---caudio-Por-Olegario-Paz.rtp&post=40706
Roberto de Mesquita (Santa Cruz das Flores, 1871-1923).
Poeta simbolista que Vitorino Nemésio considerou como “o melhor exemplo do perfil difuso e abúlico da açorianeidade e um dos expoentes do parnasianismo e sobretudo do simbolismo lusófono”. Jacinto do Prado Coelho considera-o um dos mais altos expoentes da poesia simbolista portuguesa, logo a seguir a Camilo Pessanha.
A sua poesia está reunida no livro “Almas Cativas e Poemas Dispersos”.
Florêncio Terra (Horta 1858 - 1941).
Escritor, jornalista e professor, contemporâneo de Trindade Coelho e Fialho de Almeida, embora mais novo, Florêncio Terra cultivou o conto idílico de ambiência regionalista, que retrata a vida social rural do Faial e do Pico.
Da sua obra literária destacam-se três livros póstumos: “Contos e Narrativas” (1942 ), “Munhecas” (1979) e “Água de Verão” (1987).
Nunes da Rosa (Califórnia, 1871- Bandeiras-Pico, 1946).
Sacerdote, jornalista e escritor que, tal como Florêncio Terra, se notabilizou sobretudo como cultor do conto idìlico de inspiração regionalista onde retrata o viver rústico das ilhas e cujas personagens revelam grande realismo e vigor psicológico.
Publicou duas colectâneas de contos, “Pastorais do Mosteiro” e “Gentes das Ilhas”, que o afirmaram como contista açoriano de grande mérito.
Armando Côrtes-Rodrigues (Vila Franca do Campo,1891 - Ponta Delgada, 1971)
Autor de peças de teatro de cariz regionalista, estudos etnográficos açorianos e, principalmente, poesia. Fez parte do círculo de amigos de Fernando Pessoa e da Geração Orpheu, posteriormente infletiu para um lirismo mais tradicionalista de temática rural e religiosa, e para um teatro regionalista e de costumes.
De entre as suas obras destacam-se: “Ode a Minerva”, “Quando o Mar Galgou a Terra” (teatro), “Horto Fechado e Outros Poemas” (Prémio Antero de Quental), Antologia de Poemas e os estudos etnográficos “ Cancioneiro Geral dos Açores “ e “Adagiário Popular Açoriano”.
Vitorino Nemésio (Praia da Vitória, 1901-Lisboa, 1978).
Nome grande da cultura portuguesa do sec. XX, Vitorino Nemésio foi escritor, professor, ensaísta, jornalista, comunicador. Mas é sobretudo como romancista, autor de “Mau Tempo no Canal” e como poeta que é mais conhecido. A sua poesia, das mais importantes do século XX, reúne a inquietação religiosa, mesmo teológica, com a observação do quotidiano e a reflexão filosófica e cultural.
Vitorino Nemésio assume -se como um ilhéu dos sete costados, considerando-se ele própro como “um açoriano com cinco séculos de ilha no sangue”. Referindo-se à inflência da sua obra nas novas gerações literárias açorianas, Pedro da Silveira na introdução da sua “Antologia da Poesia Açoriana” diz que “ o nome de Vitorino Nemésio, o exemplo da sua obra, são indissociáveis do que hoje em dia na literatura açoriana tem o selo de modernidade e é sinal de descoberta, em qualquer sentido, da realidade geográfica e humana das ilhas.”
Algumas obras: “Paço do Milhafre” ( contos, 1924); “O Bicho Harminioso” (poesia, 1938); “Eu, Comovido a Oeste” (1940); “O Mistério do Paço do Milhafre” (contos, 1940); “Mau tempo no Canal” (romance, 1944. Prémio Ricardo Malheiros da Academia de Ciências de Lisboa; “Festa Redonda” (poesia, 1950); “ O Verbo e a Morte” (poesia. 1959); “Cantos Vesperais” (poesia, 1966); “Limite de Idade” (poesia,1972); “Poemas Brasileiros” (poesia,1972)
Manuel Ferreira (Ponta Delgada, 1916 - 2012).
Destacou-se como jornalista, escritor, ficcionista, biógrafo e historiador, tendo publicado, entre 1979 e 2006 mais de três dezenas de obras literárias, biográficas e de historiografia. Na sua obra literária sobresai o conto de realismo popular, onde fala de tradições, festas, costumes do povo açoriano.
De uma obra vasta e variada detacam-se os livros de contos “O Barco e o Sonho” (1979); “O Morro e o Gigante” (1981). O seu conto mais conhecido, "O Barco e o Sonho" (1979), foi adaptada a uma séria televisiva com o mesmo título na RTP-Açores pelo realizador José Medeiros. A história conta a aventura de dois açorianos que nos anos 50 conseguiram atravessar o Atlântico Norte num pequeno barco construído por eles rumo aos Estados Unidos, considerado um destino de sonho pelos emigrantes do arquipélago.
Pedro da Silveira (Fajã Grande - Ilha das Flores, 1922 - Lisboa, 2003).
Poeta, crítico literário, investigador e militante anti-fascista com vasta colaboração dispersa em periódicos e revistas açorianas e continentais. Pertenceu ao conselho de redacção da Seara Nova até 1974.
Publicou “A Ilha e o Mundo” (1952), “Sinais de Oeste” (1961), “Coreografia” (1985). É autor de uma Antologia de Poetas Açoreanos, com um prefácio em que defende a existência de um a literatura açoriana autónoma de todas as outras literaturas de expressão portuguesa.
Natália Correia (Ponta Delgada,1923-Lisboa,1993).
Figura central das tertúlias que reuniam em Lisboa grandes nomes da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960, Natália Correia ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. Uma escrita profundamente feminina que se afirma como corajosa intervenção cultural e se estende por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio, com predominância para a poesia.
Da sua extensa obra destaca-se: “Rio de Nuvens” (1947), “O Vinho e a Lira” (1965),” Mátria” (1969), “Sonetos Românticos” (1990 - Grande Prémio da APE). De referir ainda o ramance “ A Madona” (1968) ), as peças de teatro “Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente” (1981) , “A Pécora” (1983) e o ensaio “Somos Todos Hispanos” (1988). Em 1987 foi distinguida com o prémio Fleur de Laure, atribuída à melhor poetisa dos países românicos. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras e foi autora da letra do Hino dos Açores.
Dias de Melo (Calheta do Nesquim - Pico, 1925 - Ponta Delgada 2008).
Autor de uma obra vasta e significativa, versando sobretudo a temática baleeira e da emigração, Dias de Melo é, sem dúvida, um dos nomes maiores no panorama literário açoriano. Profundo conhecedor da temática baleeira, ninguém como Dias de Melo soube captar a verdadeira dimensão humana, social e dramática da saga baleeira, sobretudo na triologia “Mar Rubro” (1958), “Pedras Negra”s (1964) e “Mar pela Proa “ (1976), sendo que “Pedras Negra”s, talvez a sua obra mais emblemática, está traduzida em inglês e japonês.
A obra de Dias de Melo percorre diferentes géneros literários, incluindo a poesia, a narrativa, o conto, a novela, o romance, a crónica. Em reconhecimento do seu contributo para a cultura portuguesa, o Presidente da República, Mário Soares, condecorou-o com a Ordem do Infante, e o Município das Lajes do Pico com o título de Cidadão Honorário do Concelho.
Algumas obras: “Toadas do Mar e da Terra” ( poesia,1954); “Mar Rubro” (crónicas romanceadas,1958); “Pedras Negras” (narrativa,1964); “Cidade Cinzenta” (contos e crónicas, 1972); “Na Noite Silenciosa” (poesia,1973); “Mar pela Proa” (romance, 1976); “Vinde e Vede” (contos e crónicas, 1979); “Vida Vivida em Terras de Baleeiros” (crónica,1983); “O Menino Deixou de Ser Menino” (novela, 1992); “Inverno sem Primavera” (estórias,1996); “O Autógrafo” (romance, 1999); “À Boquinha da Noite” (narrativa, 2001)
Eduíno de Jesus (Arrifes-Ponta Delgada,1928 ).
Escritor e poeta de mérito reconhecido que tem desenvolvido importante actividade de divulgação da cultura açoriana. Tem três livros de poesia publicados: “Caminho para o Desconhecido” (1952); “O Rei Lua” (1955); “A Cidade Destruída durante o Eclipse” (1957) . Em 2005 a Imprensa Naciona editou o livro “Os Silos do Silênci”, reedição refundida daquelas três colectâneas poéticas. Também publicou a peça de teatro “Cinco Minutos e o Destino” (1959). Tem centenas de artigos dispersos em revistas e suplementos culturais .
Emanuel Felix (Angra do Heroísmo,1936- 2004)
Poeta, ensaísta, cronista, crítico literário e de artes plásticas. O seu nome é sem dúvida uma referência incontornável na poesia Açoriana, situando-se mesmo, no dizer de João de Melo, ao nível dos maiores criadores portugueses da sua geração. Foi considerado o introdutor do concretismo poético em Portugal, que cedo rejeitou, tendo passado pela experiência surrealista.
Os seus principais livros de poesia são o “Vendedor de Bichos”, 1965; “A Palavra O Açoite”, 1977 “Seis Nomes de Mulher”, 1985; “O Instante Suspenso”, 1992; “A Viagem Possível”, 1993 e “Habitação das Chuvas”, 1997.
Em 2003 as Edições Salamandra editaram “Emanuel Félix: 121 Poemas Escolhidos(1954-1997)”, uma coletânea de seus poemas, que é considerado “ o seu testamento poético”.
Cristóvão de Aguiar (Pico da Pedra-S. Miguel,1940).
A sua obra tem sido distinguida com vários prémios, com destaque para o prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, pela triologia "Raiz Comovida"; o Grande Prémio da Literatura Biográfica APE, pela "Relação de Bordo" e o Prémio Nacional Miguel Torga, pelo livro "Trasfega". Foi agraciado em 2001 pelo Presidente da República com a Ordem do Infante D. Henrique e em 2012 com a Insígnia Autonómica de Reconhecimento, a segunda mais alta condecoração do Governo Regional dos Açores. Além dos já referidos, a sua obra inclui ainda outros títulos como: “Ciclone de Setembro”, “Passageiro em Trânsito”, “O Braço Tatuado”, “Marilha”, “Nova Relação de Bordo”, “Emigração e Outros Temas Ilhéus”, entre outros. Em 2005 foi homenageado pelos quarenta anos de vida literária pela Faculdade de Letras em conjunto com a Reitoria da Universidade de Coimbra, com a edição do livro "Homenagem a Cristóvão de Aguiar - 40 anos de vida literária".
José Martins Garcia (Criação Velha-Ilha do Pico, 1941 - Ponta Delgada, 2002).
Professor catedrático e escritor. A sua obra vai desde o ensaio crítico, à poesia, passando pelo romance, pelo conto e pela crítica jornalística. Escreveu os livros de contos “Katafaraum é uma Nação” (1974), “Alecrim, Alecrim aos Molhos” (1974), “ Querubins e Revolucionários”, (1977), “Receitas para Fritar a Humanidade” (1978), “Morrer Devagar” (1979), “Contos Infernais” (1987), “Katafaraum Ressurecto” (1992); os romances “Lugar de Massacre” (1975), “A Fome” (1978), “O Medo” (1982), “A Imitação da Morte” (1982), “Contrabando Original” (1987) e “Memória da Terra” (1990), os livros de poesia “Feldegato Cantabile” (1973), “Invocação a um Poeta e Outros Poemas”(1984), “Temporal” (1986), “No Crescer dos Dias” (1996), as peças “Tragédia Exacta” (1975) e “Domiciano” (1987). É também autor de ensaios como “Linguagem e Criação” (1973), “Para uma Literatura Açoriana” (1987) e “Exercícios da Crítica “ (1995), entre outros.
Álamo Oliveira ( Raminho- Terceira 1945).
Autor de vasta obra que abrange poesia, romance, conto, teatro e ensaio. O seu romance “Até Hoje - Memórias de Cão” recebeu em 1985 o prémio Maré Viva, da Câmara Municipal do Seixal. Em 1999 recebeu o prêmio Almeida Garrett/Teatro com a peça “A Solidão da Casa do Regalo”. Tem poesia e prosa traduzidas em inglês, francês, espanhol, italiano, esloveno e croata. O seu romance “Já Não Gosto de Chocolates” está traduzido e publicado em inglês e em japonês. Em Abril de 2002, a Portuguese Studies Program, da Universidade da Califórnia em Berkeley, convidou-o, na qualidade de “escritor do semestre, para dar lições sobre a sua própria obra aos estudantes de Língua Portuguesa, sendo o primeiro português a receber tal distinção.
Onésimo Teotónio Almeida (Pico da Pedra-S. Miguel,1946).
Doutorado em Filosofia pela Brown University de Providence-E.U.A., onde é professor catedrático.
Nome de vulto de uma escrita açoriana de emigração, Onésimo Teotónio Almeida, além de livros publicados, tem centenas de escritos em revistas e livros colectivos.
De referir, entre as suas obras, “Ah! Mònim dum Corisco!” (teatro-1978) “(Sapa)teia Açoriana” (contos-1983), “(Lusa)lândia, a décima Ilha” (1987) , “ Açores, Açorianos, Açorianidade” (1989).
João de Melo (Achadinha-S. Miguel, 1949).
Autor de várias obras não só de ficção, ensaios e crónicas. Da sua obra de ficcção destaca-se: “O Meu Mundo não é deste Reino” (romance, 1983, Prémio Dinis da Luz, traduzido nos Estados Unidos e em Espanha); ” Autópsia de um Mar de Ruínas” (romance, 1984, traduzido em Itália e Espanha); “Entre Pássaro e Anjo” (contos, 1987, Prémio Associação Cultural); “Gente Feliz com Lágrimas” (romance, 1988, Grande Prémio do Romance e Novela da A.P.E, Prémio Eça de Queirós da Cidade de Lisboa, Prémio Cristóvão Colombo das Cidades Capitais Ibero-Americanas e Prémio Fernando Namora, atribuído pela Antena 1, traduzido em Espanha, França, Holanda, Itália, Roménia e Bulgária); “O Homem Suspenso” (romance, 1996); “O Mar de Madrid” (romance, 2006).
Madalena San-Bento (Ponta Delgada,1966).
Professora do segundo ciclo do Ensino Básico fez a sua estreia literária em 1989 com o conto “Chuva de Cinzas”, premiado pela Secretaria da Juventude e Recursos Humanos dos Açores. Em 1994 venceu o Prémio Vitorino Nemésio, promovido pela Secretaria Regional da Educação e Cultura, com o romance “Os Expostos”, em 1997, publicou “Esta Santa Casa”, ensaio e crónica de cunho sócio-cultural e histórico, sobre a Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, e em 2005 o romance “Diário das Mulheres Toleradas”.