sexta-feira, 10 de maio de 2013

Tradições Religiosas e Profanas dos Açores - Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres


As Festas  do Senhor Santo Cristo dos Milagres em Ponta Delgada são consideradas as maiores festas religiosas e profanas dos Açores,  e para muitos as maiores festas religiosas de Portugal a seguir a Fátima. Estas  festas realizam-se anualmente no quinto domingo depois da Páscoa e atraem à ilha milhares de visitantes. Contam sempre com  um vasto programa religioso e profano, cujo ponto alto é a procissão com a imagem do Senhor Santo Cristo que percorre as principais ruas da cidade  cobertas de tapetes de flores ricamente elaborados.
O culto do Santo Cristo remonta ao século  XVII  quando o povo saiu à rua com a imagem em procissão rezando pelo fim da  crise  sísmica  que assolava  a ilha. Atribuindo o fim dos sismos aos poderes milagrosos do Senhor Santo Cristo, este passou a ser objecto de grande devoção popular.
A vinda da imagem do Santo Cristo para S. Miguel data do século  XVI quando duas religiosas de S. Miguel se dirigiram a Roma para pedir ao Papa autorização para fundarem um  Convento de freiras na ilha – o Convento da Caloura. O Papa não só lhes deu a autorização para fundarem o Convento, como ainda lhes ofereceu uma imagem do Ecce Homo – Santo Cristo.
A  imagem esteve no convento da Caloura  por alguns anos, mas como  o lugar era  alvo de ataques de piratas as religiosas acabaram por o  abandonar. Um foi para o convento de Santo André,  em Vila Franca do Campo, outro grupo foi para o convento da Esperança, acabado de fundar em Ponta Delgada, levando consigo a imagem do Senhor Santo Cristo.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Tradições Populares – Dia da Espiga


É voz corrente que a tradição já não é o que era, o que é um facto. Mas é também verdade que, embora sem o entusiasmo de outrora, algumas das nossas antigas tradições ainda hoje persistem. É o caso  do Dia da Espiga, que se celebra um pouco por todo o país na Quinta-Feira da Ascenção. Manda a tradição que neste dia  se vá de manhã cedo ao campo apanhar espigas de cereais e outras flores  campestres para fazer um ramo que deve ser guardado pendurado em casa até ao Dia de Espiga do ano seguinte. O ramo deve ter espigas de cereais, um raminho de oliveira e flores campestres: papoilas,  malmequeres, margaridas,  pampilhos,  alecrim, etc.
Ainda de acordo com a tradição cada elemento do ramo da espiga simboliza um desejo: a espiga o desejo de que nunca falte o pão durante todo o ano, o ramo  de oliveira   que haja paz  e luz e as flores que haja alegria. A papoila simboliza ainda amor e vida, o malmequer  ouro e prata, e o alecrim saúde e força.
Tal como a tradição dos Maios e das Maias, esta tradição também tem origem nos antigos rituais  pagãos de celebração da primavera em que se festejava o renascer da vida após o inverno e  o início das colheitas.
Hoje em dia, sobretudo nos centros urbanos, são raras as pessoas que ainda vão colher o ramo da espiga, mas há quem os faça para vender, sinal de que a tradição se mantém viva. 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Tradições Açorianas – Os Maios


           Em Maio existem por toda a Europa tradições  em que se festeja a chegada da primavera e o ressurgir da natureza. As  origens destas tradições  remontam às festas pagãs da Roma antiga consagradas  à deusa Maia da mitologia romana, deusa  da primavera.  Muitos destes ritos pagãos mantiveram-se ao longo dos tempos dando origem a  tradições associadas à chegada da primavera, estação que marca o fim do inverno e o despertar da natureza para uma nova  vida.
Em Portugal as manifestações mais comuns de boas vindas  à Primavera  são a tradições das maias e dos  maios.  Em algumas regiões estas tradições estão também associadas  à crença de que a presença dos  maios era uma forma de agradar os espíritos.
Embora um pouco esquecida, a velha tradição dos  maios  continua a celebrar-se  no 1º de Maio um pouco pelas freguesias de algumas das ilhas dos Açores: São Miguel, São Jorge, Graciosa, Terceira e Santa Maria.
Os maios são  bonecos artesanais  representando pessoas  em tamanho natural realizando actividades do dia a dia. Os maios são colocados à porta de casa, à janela, ao balcão e em  outros espaços exteriores, muitas vezes acompanhados de versos com diversas críticas ou sátiras sociais.