É voz corrente que a tradição já não é o que era, o que é um facto. Mas é também verdade que, embora sem o entusiasmo de outrora, algumas das nossas antigas tradições ainda hoje persistem. É o caso do Dia da Espiga, que se celebra um pouco por todo o país na Quinta-Feira da Ascenção. Manda a tradição que neste dia se vá de manhã cedo ao campo apanhar espigas de cereais e outras flores campestres para fazer um ramo que deve ser guardado pendurado em casa até ao Dia de Espiga do ano seguinte.
O ramo deve ter espigas de cereais, um raminho de oliveira e flores campestres: papoilas, malmequeres, margaridas, pampilhos, alecrim, etc.
Ainda de acordo com a tradição cada elemento do ramo
da espiga simboliza um desejo: a espiga o
desejo de que nunca falte o pão durante
todo o ano, o ramo de oliveira que haja paz e luz e as flores que haja alegria. A papoila simboliza ainda amor e vida, o malmequer ouro e prata, e o alecrim saúde e força.
Tal como a tradição dos
Maios e das Maias, esta tradição também
tem origem nos antigos rituais pagãos de
celebração da primavera em que se
festejava o renascer da vida após o inverno e
o início das colheitas.
Hoje em dia, sobretudo nos centros urbanos, são raras
as pessoas que ainda vão colher o ramo da espiga, mas há quem os faça para vender, sinal de que a tradição se mantém viva.
Sem comentários:
Enviar um comentário